Devocional em 1 Samuel 5

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Devocional em 1 Samuel 5 – 21/05/2025

Esse capítulo de 1 Samuel é daqueles que mostram, com muita clareza, que Deus não precisa de defensor. Ele é soberano, santo, e até mesmo quando o Seu povo falha, Ele ainda governa com autoridade e glória. Aqui, vemos o Senhor agindo sozinho, sem exércitos, sem sacerdotes, sem arca no Tabernáculo — mas com poder total.

Depois da derrota de Israel e da captura da arca (capítulo 4), os filisteus a levam como troféu de guerra para Asdode e colocam a arca no templo do deus deles, Dagom. Isso era como dizer: “Nosso deus venceu o Deus de Israel”. Eles colocam o símbolo da presença do Senhor ao lado de um ídolo. Que ousadia! Mas Deus não divide Sua glória com ninguém.

Na manhã seguinte, Dagom está prostrado com o rosto em terra diante da arca. Coincidência? Nada disso. O Senhor estava deixando claro: “Não há outro Deus além de mim”. Os filisteus levantam a estátua de novo, como se nada tivesse acontecido. No dia seguinte, Dagom está caído de novo, mas dessa vez com a cabeça e as mãos cortadas. O símbolo máximo de autoridade (a cabeça) e poder (as mãos) de Dagom são destruídos.

Isso não é só uma ironia divina — é um julgamento. O Senhor está mostrando que nenhum ídolo pode se sustentar diante Dele. Não importa se é um ídolo pagão como Dagom ou ídolos modernos como o dinheiro, o sucesso ou o ego: todos vão cair diante da majestade de Deus.

Depois disso, a mão do Senhor pesa sobre os filisteus com tumores (possivelmente peste bubônica ou algo parecido). O povo de Asdode entra em desespero e tenta se livrar da arca, enviando-a para Gate. Lá também vem juízo. Mandam então para Ecrom, e o povo já recebe a arca dizendo: “Vão nos matar também?”

A presença de Deus, que era para ser bênção para Israel, torna-se juízo para os que O desonram. Os filisteus começam a entender que o Deus de Israel não é como seus deuses — Ele é real, vivo, santo e poderoso. E eles querem se livrar da arca o quanto antes.

O povo de Israel tratou a arca como um amuleto. Já os filisteus trataram como um troféu. Mas Deus tratou a arca como um testemunho da Sua santidade. Ele não precisa de ajuda humana para se defender. Não precisa de estratégias humanas para demonstrar sua glória. Deus é Rei sobre todas as nações — inclusive as pagãs. Nenhum ídolo pode se manter de pé diante Dele. Nenhum falso deus resiste à Sua presença.

Esse capítulo é um lembrete forte: a santidade de Deus é real. Ele não será colocado lado a lado com ídolos. Ele não será tratado como igual. Quando as nações ou até mesmo o povo de Deus se esquecem disso, o Senhor mesmo se encarrega de lembrar.

Deus não está limitado a um lugar ou a um povo. Mesmo longe de Israel, no território inimigo, Ele continua governando. O que Ele promete, Ele cumpre. E mesmo quando parece que Deus foi “derrotado” (como quando a arca foi capturada), Ele está, na verdade, executando seus planos soberanos com sabedoria e poder.

A glória de Deus não depende de nós. Ele é soberano, santo e invencível. Quando tentamos colocá-Lo lado a lado com os ídolos do nosso coração, Ele mesmo trata de derrubá-los. Quando achamos que Ele perdeu o controle, é justamente aí que Ele está trabalhando. Que o Senhor mesmo derrube em nós tudo aquilo que tenta ocupar o lugar Dele. Que a presença dEle em nossas vidas nunca seja uma formalidade, mas uma realidade viva, santa e transformadora.

Pr Marcello Amorim

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