Devocional em 1 Samuel 6

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Devocional em 1 Samuel 6 – 22/05/2025

Esse capítulo continua a saga da arca da aliança no território dos filisteus. A arca, símbolo visível da presença santa de Deus, se tornou para eles um peso insuportável. O que deveria ser glória se tornou terror. E o que aprendemos com isso? Que Deus é santo, soberano, e não será tratado de forma irreverente nem pelos inimigos nem por seu próprio povo.

A arca passou sete meses entre os filisteus. Mas em vez de ser uma conquista gloriosa, ela trouxe pragas e pavor. Então eles decidem devolvê-la. Mas não de qualquer jeito. Eles consultam os sacerdotes e adivinhos do seu povo e resolvem mandar junto uma “oferta de culpa” — cinco tumores de ouro e cinco ratos de ouro (representando os príncipes e as pragas que atingiram a todos). Eles reconhecem: “a mão do Deus de Israel foi contra nós”. Mesmo sendo pagãos, eles perceberam que estavam mexendo com algo sério.

Esse ponto já é um tapa na cara do próprio povo de Deus, que tratava a arca como amuleto de guerra. Os filisteus, com toda ignorância espiritual deles, ao menos reconhecem que Deus é poderoso e merece respeito.

Eles fazem um teste para saber se tudo o que aconteceu foi mesmo obra do Deus de Israel ou só coincidência. Pegam duas vacas que tinham acabado de dar cria, nunca haviam puxado carroça, e as prendem a um carro novo com a arca e os objetos de ouro. Se elas forem sozinhas em direção a Bete-Semes (cidade israelita), seria a prova de que foi Deus quem causou os males. E o que acontece? As vacas vão direto, sem se desviar nem para a direita nem para a esquerda. Isso deixa claro: Deus mesmo estava por trás de tudo.

Até a natureza obedece a Deus. E as vacas, que naturalmente iriam atrás de suas crias, seguem firmemente em direção ao lugar estabelecido por Ele. O Senhor está no controle até dos detalhes mais pequenos. Isso deveria encher o coração do povo com temor e reverência.

Quando os israelitas de Bete-Semes veem a arca chegando, eles se alegram. Fazem sacrifícios. Mas aí cometem um erro gravíssimo: olham dentro da arca. Isso era estritamente proibido. A arca era sagrada. Representava a presença de um Deus santo. O resultado? O Senhor fere mortalmente muitos homens do povo. A alegria vira luto. O povo então se dá conta: “Quem poderá estar diante do Senhor, este Deus santo?”

O mesmo povo que ficou feliz por ter a arca de volta é o mesmo que tratou com irreverência aquilo que era santo. Isso mostra que conhecer a Deus não é apenas se alegrar com Ele, mas também tratá-Lo com reverência, temor e obediência.

Deus não pode ser manipulado, domesticado ou encaixado em nossas agendas. Ele é santo. A presença dEle, quando desonrada, traz juízo. Quando honrada, traz bênção. Os filisteus aprenderam isso à força. Israel também.

O Senhor não faz vista grossa para desrespeito espiritual — nem de pagãos, nem de crentes. Quando sua glória é tratada com leviandade, o resultado é destruição. Mas quando reconhecemos sua santidade, quando nos aproximamos dEle com temor e humildade, experimentamos sua misericórdia.

Esse capítulo nos chama a levar Deus a sério. Ele não é um objeto sagrado para se usar em momentos de crise. Ele é o Senhor da glória. Ele governa com justiça. Ele exige santidade de quem deseja viver em Sua presença.

A presença de Deus não é algo leve ou banal. É gloriosa, tremenda e deve ser tratada com temor e reverência. Quando tentamos nos aproximar de Deus com desrespeito, colhemos consequências graves. Mas quando reconhecemos sua santidade e nos submetemos com humildade, encontramos graça. Que o nosso coração nunca trate a presença de Deus com leviandade. Que cada culto, cada leitura da Palavra, cada oração reflita um temor sincero por quem Ele é — o Deus que governa até sobre os inimigos, os animais e os detalhes mais pequenos da história. Esse Deus é digno de toda a nossa reverência e adoração.

Oração

Senhor Deus,
Tu és santo, justo e poderoso. Não és um amuleto nas mãos dos homens, nem toleras ser tratado com irreverência. Tua presença é gloriosa e tremenda. Perdoa-nos por vezes em que tratamos o sagrado com leveza, quando nos achegamos a Ti com o coração frio, distraído ou interesseiro.

Ensina-nos a temer o Teu nome de verdade, a reconhecer Tua santidade, e a caminhar diante de Ti com humildade e reverência. Dá-nos um coração quebrantado, sensível à Tua Palavra, que se alegra na Tua presença, mas nunca perde o respeito diante da Tua glória.

Queremos Te honrar, Senhor, não apenas com palavras, mas com uma vida inteira de obediência, temor e adoração sincera. Seja o Senhor exaltado em nosso meio, e que jamais tratemos a Tua presença como algo comum.

Em nome de Jesus,
Amém.

Pr Marcello Amorim

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