Devocional em Juízes 8

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Devocional em Juízes 8 – 02/04/2023

Depois da grande vitória de Gideão sobre os midianitas em Juízes 7, seria de se esperar que tudo corresse bem. Mas Juízes 8 nos mostra outra realidade: a guerra contra os inimigos visíveis havia terminado, mas a luta contra o pecado do coração estava apenas começando. O capítulo revela um problema comum entre os servos de Deus: depois da vitória, há o perigo de se encher de orgulho, esquecer a dependência do Senhor e acabar tropeçando.

Logo no começo do capítulo, a tribo de Efraim se sente ofendida porque não foi chamada para a batalha inicial contra os midianitas. Eles reclamam com Gideão de maneira agressiva (v. 1). Esse é um exemplo clássico de gente que não ajuda na luta, mas depois quer reconhecimento.

Gideão responde com humildade e sabedoria, elogiando a tribo de Efraim e desviando um conflito interno (vv. 2-3). Ele poderia ter entrado numa discussão, mas escolheu a paz. Isso nos ensina que nem toda briga vale a pena.

Mesmo depois da grande vitória, Gideão continua perseguindo os reis midianitas, mas, quando pede ajuda ao povo de Sucote e Penuel, eles recusam (vv. 5-6). Eles estavam com medo de ajudar um exército pequeno, com receio de retaliação dos midianitas.

Isso mostra que, mesmo vendo o poder de Deus, muitos ainda preferem confiar na força dos homens. Gideão segue firme e, no final, pune esses líderes incrédulos (vv. 13-17).

Além disso, Gideão captura os reis midianitas Zeba e Zalmuna, que haviam matado seus irmãos. Ele os executa, mostrando que a justiça do Senhor não falha (vv. 18-21).

Depois de tudo, os israelitas pedem para Gideão ser rei sobre eles (v. 22). A resposta dele parece correta: “O Senhor dominará sobre vós” (v. 23). Ele rejeita a coroa, mostrando que entende que Israel não precisava de um rei humano, mas da liderança divina.

No entanto, logo em seguida, Gideão comete um erro grave: ele pede ouro do povo e faz um éfode, uma peça sacerdotal, e coloca na cidade de Ofra (v. 27). O problema? O povo começa a adorar esse objeto, e Gideão acaba levando Israel à idolatria. Ele não quis o trono, mas aceitou um tipo de honra que desviou o povo do caminho certo.

Com a vitória de Gideão, a terra teve paz por 40 anos (v. 28). Ele teve muitos filhos e até uma concubina que lhe deu um filho chamado Abimeleque (v. 31), que mais tarde causaria muitos problemas. Mas, depois que Gideão morreu, Israel rapidamente se esqueceu do Senhor e voltou à idolatria, mostrando a dureza do coração do povo (vv. 33-35).

Juízes 8 nos ensina que o maior desafio nem sempre é a batalha contra os inimigos externos, mas contra o próprio coração. Depois de uma grande vitória, Gideão caiu em erros que afetaram o povo por gerações. Seu desejo de reconhecimento e sua decisão de criar um objeto sagrado foram suficientes para desviar Israel. Isso nos mostra que devemos estar tão vigilantes nos tempos de paz quanto nos tempos de guerra.

O sucesso pode ser tão perigoso quanto a luta. Muitas vezes, depois de vencermos batalhas difíceis, podemos relaxar e nos afastar da total dependência de Deus. O problema não é apenas vencer, mas saber lidar com a vitória. A autossuficiência pode nos levar ao orgulho e, consequentemente, à queda. Precisamos lembrar que tudo o que conquistamos vem do Senhor e que nossa devoção a Ele deve ser constante, independentemente da fase da vida.

Oração

Senhor, ajuda-nos a permanecer fiéis a Ti, não apenas nos momentos difíceis, mas também nos tempos de paz e vitória. Livra-nos do orgulho e da autossuficiência. Que jamais coloquemos qualquer coisa acima de Ti. Ensina-nos a andar sempre na Tua presença e a reconhecer que toda honra pertence somente a Ti. Em nome de Jesus, amém.


Pr Marcello Amorim

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