Devocional em Juízes 12

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Paz igreja, bom dia

Devocional em Juízes 12 – 10/04/2025

Juízes 12 é um daqueles capítulos da Bíblia que nos confronta com a realidade feia do coração humano. Depois de uma grande vitória contra os amonitas (cap. 11), o que vemos aqui? Briga interna entre os próprios israelitas. Em vez de celebração, tem disputa, ciúmes e até guerra civil. Isso nos ensina que os maiores perigos nem sempre vêm de fora — às vezes, vêm de dentro do povo de Deus .

Os homens de Efraim aparecem revoltados, acusando Jefté de não tê-los chamado pra guerra. A reação deles não tem nada a ver com desejo sincero de ajudar — tem a ver com orgulho ferido. Eles queriam parte da glória. A resposta de Jefté é simples: ele diz que chamou sim, mas ninguém veio ajudar. Então ele enfrentou os inimigos sozinho, confiando em Deus (v.2-3).

O problema piora: os efraimitas ameaçam Jefté, e ele responde com guerra. O conflito termina com 42 mil homens de Efraim mortos (v.6). Isso é trágico. O povo que devia estar unido acaba dividido e se matando — tudo por causa de orgulho e disputa por reconhecimento.

Tem um detalhe marcante: Jefté usou um teste de linguagem (a palavra “Shibolet”) pra identificar os efraimitas (v.6). Quem não conseguia pronunciar corretamente era morto. Essa cena mostra como as divisões internas podem se tornar cruéis, até mesmo por detalhes culturais ou regionais. A língua vira ferramenta de exclusão e morte.

Depois da morte de Jefté, o texto menciona três juízes: Ibsã, Elom e Abdom. Eles não têm grandes feitos registrados, mas suas histórias mostram estabilidade e continuidade no meio do caos. Ibsã teve 30 filhos e 30 filhas, casando-os com alianças amplas. Elom julgou Israel por 10 anos. Abdom teve 40 filhos e 30 netos que andavam sobre 70 jumentos — isso indica prosperidade e influência política.

Mesmo nos tempos turbulentos, Deus preservava a liderança em Israel. Ainda que esses juízes não tenham relatos épicos como Gideão ou Sansão, eles contribuíram com períodos de paz e organização. Nem todo servo de Deus precisa ser herói de guerra — muitos são fiéis em coisas menores, mas não menos importantes.

Juízes 12 mostra o perigo real do orgulho entre o povo de Deus. Às vezes, os inimigos externos são vencidos, mas os conflitos internos geram mais destruição do que as guerras lá fora. Jefté foi um libertador, mas também alguém marcado pela dureza. E os efraimitas, cegos pelo orgulho, preferiram lutar contra seus irmãos a reconhecer a obra de Deus.

A igreja, hoje, também enfrenta riscos semelhantes. Quando o orgulho, o ciúme e a busca por reconhecimento tomam o lugar da humildade e da cooperação, nos destruímos por dentro. Deus não nos chamou para competir, mas para caminhar juntos. A fidelidade no serviço, mesmo que ninguém perceba, é preciosa aos olhos do Senhor. Que aprendamos a viver com unidade, reconhecendo que toda vitória vem dEle — e não de nós.

Oração

Senhor, guarda o nosso coração do orgulho que divide e destrói. Dá-nos humildade pra reconhecer Tua mão na vida dos outros e alegria em servir mesmo sem reconhecimento. Ensina-nos a andar em unidade, buscando a Tua glória acima da nossa. Preserva Teu povo da divisão e fortalece a comunhão que nasce do Teu Espírito. Em nome de Jesus, amém.

Pr Marcelo Amorim

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