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Devocional Números 16 – 02.10.2024
Em Números 16, encontramos um dos episódios mais intensos da jornada do povo de Israel no deserto: a rebelião de Corá, Datã e Abirão contra Moisés e Arão. Corá, um levita, junto com Datã e Abirão, que eram líderes da tribo de Rúben, decidiram se levantar contra a autoridade que Deus havia dado a Moisés e Arão. Eles acusaram Moisés e Arão de se exaltar sobre a congregação do Senhor, alegando que “toda a congregação é santa” (v. 3).
Essa rebelião não era apenas contra Moisés e Arão, mas, na verdade, contra o próprio Deus. Eles queriam usurpar o papel que Deus havia designado especificamente para Moisés e Arão, mostrando uma atitude de orgulho e descontentamento com os planos de Deus.
Quando Moisés ouviu as acusações, ele se prostrou em humildade diante de Deus. Ele sabia que essa era uma questão entre Deus e os rebeldes. Moisés então propôs um teste: Corá e seus seguidores deveriam trazer incensários e apresentar incenso diante do Senhor, e Deus mostraria quem Ele havia escolhido. O resultado foi claro e chocante: a terra se abriu e engoliu Corá, Datã, Abirão e seus seguidores, e um fogo consumiu os 250 homens que estavam com Corá. Esse julgamento dramático foi uma demonstração clara de que Deus não tolera rebelião contra Sua autoridade.
O pecado de Corá e seus companheiros foi o orgulho e a ambição desmedida. Eles estavam insatisfeitos com o papel que Deus havia dado a eles e queriam mais poder, mais controle. Essa atitude de orgulho é um alerta para todos nós. Muitas vezes, somos tentados a questionar as posições que Deus nos deu ou a invejar os papéis de outros. Mas Deus nos chama à humildade e ao contentamento.
Mesmo diante dessa rebelião, Moisés e Arão continuaram a interceder pelo povo. Após o julgamento de Corá, o povo começou a reclamar novamente, culpando Moisés e Arão pela morte dos rebeldes. Como resultado, uma praga começou a se espalhar entre o povo. Moisés, mais uma vez, demonstrou seu coração de pastor, instruindo Arão a tomar um incensário e interceder pelo povo. Arão se colocou “entre os mortos e os vivos” (v. 48), e a praga cessou.
Esse ato de intercessão nos lembra de Cristo, que também se coloca entre nós e a ira de Deus, intercedendo por nós e nos salvando do julgamento que merecemos.
A história de Corá, Datã e Abirão é um alerta contra o orgulho e a rebelião contra a autoridade de Deus. Nos ensina que Deus é soberano em estabelecer liderança e que a humildade é essencial em nossa caminhada com Ele. Moisés e Arão, como líderes escolhidos por Deus, não buscaram defender suas posições com força humana, mas confiaram que Deus seria o juiz final. E, no fim, vemos a importância da intercessão, um tema que aponta diretamente para Cristo como nosso intercessor.
Examine seu próprio coração em relação à autoridade e ao contentamento. Faça um “exame espiritual” onde, diariamente, você reflita sobre como estamos lidando com as situações em que Deus nos coloca. Pergunte a si mesmo: “Estou buscando contentamento no papel que Deus me deu, ou estou buscando mais reconhecimento e poder?” Outra prática pode ser a oração de intercessão. Assim como Arão se colocou entre os mortos e os vivos, podemos nos dedicar mais à intercessão por aqueles que estão espiritualmente mortos ou rebeldes contra Deus.
Oração
Senhor, reconhecemos que, muitas vezes, somos tentados pelo orgulho e pela ambição. Ajuda-nos a aprender com a história de Corá, Datã e Abirão, a fim de que nossos corações permaneçam humildes diante de Ti. Dá-nos contentamento em Teus planos e a disposição de servir onde quer que nos coloques. Que possamos interceder pelos outros com o mesmo zelo que Moisés e Arão demonstraram, confiando que Tu és o Deus que perdoa e restaura. Em nome de Jesus, amém.
Pr Marcello Amorim