Devocional em Rute 4

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Devocional em Rute 4 – 08/05/2025

O último capítulo de Rute é como o final de um filme cuidadosamente dirigido por Deus. Tudo aquilo que parecia confuso, doloroso ou improvável no começo da história, agora se encaixa perfeitamente como uma peça no quebra-cabeça do plano soberano de Deus. Aqui, vemos o desfecho da história de Boaz e Rute — mas também algo muito maior: o fio da redenção se ligando até chegar a Cristo.

Boaz vai até o portão da cidade, o lugar das decisões judiciais e comerciais. Ele chama o outro resgatador (o parente mais próximo de Elimeleque) e os anciãos da cidade para testemunhar tudo.

Primeiro, Boaz apresenta o terreno de Elimeleque, dizendo que o parente mais próximo tem o direito de comprá-lo. O homem até topa. Mas quando Boaz menciona que a compra inclui a responsabilidade de se casar com Rute, a viúva moabita, para levantar descendência ao falecido, o homem recua. Ele não quer comprometer sua própria herança. Então Boaz assume o papel de resgatador.

Isso mostra o caráter sacrificial de Boaz. Ele não está atrás de lucro nem de status. Está disposto a assumir a responsabilidade por amor, fidelidade e honra. Ele cumpre a lei, mas mais do que isso, cumpre com amor.

Os anciãos e o povo testemunham e abençoam Boaz e Rute, desejando que eles sejam fecundos como Raquel e Lia, as mães das tribos de Israel. Eles também fazem referência a Perez, filho de Judá, cuja história tem paralelos com a de Rute: ambos nasceram em contextos improváveis, mas se tornaram partes fundamentais na linhagem do Messias.

Aqui a gente vê que o povo reconhece que essa união não é comum é um ato da graça de Deus. A comunidade participa, confirma e louva ao Senhor por isso.

Rute e Boaz se casam, e Deus dá a ela um filho: Obede. E aí vem uma das partes mais lindas do livro:

“Então as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou hoje de te dar um resgatador…”

Noemi, aquela que antes dizia estar vazia, agora segura no colo um neto. Mas não qualquer neto. Obede é chamado de “filho” dela, pois ele é o sinal da restauração da sua casa e esperança. Deus não apenas cuidou de Rute, mas restaurou a alegria e o futuro de Noemi. Ela não foi esquecida.

O livro termina com uma lista de nomes que vai de Perez até Davi. Um final que, à primeira vista, parece seco, mas é poderoso. Deus não apenas cuidou de uma família — Ele estava tecendo a história que levaria ao maior Filho de Davi: Jesus Cristo.

Rute, a moabita, entra na genealogia do Rei de Israel… e do Rei dos reis. A história dela nos mostra que Deus inclui o improvável e transforma histórias marcadas por perda em testemunhos da Sua fidelidade eterna.

O livro de Rute termina exaltando a providência silenciosa e constante de Deus. Não há milagres espetaculares, mas há uma sequência impressionante de fidelidade, graça e redenção. Deus guia cada passo — desde a fome em Belém, passando pela lealdade de Rute, até o nascimento de Obede. Cada detalhe está no controle do Redentor verdadeiro, que um dia viria de Davi para salvar todo o Seu povo.

A história de Rute mostra que mesmo em meio ao sofrimento e à perda, Deus está trabalhando. Ele não só restaura, como dá muito além do que pedimos ou imaginamos. Ele transforma viúvas sem esperança em mães da linhagem real. Ele usa homens piedosos, como Boaz, para mostrar a beleza da redenção e aponta para o verdadeiro Redentor, Jesus, que nos resgatou da condenação e nos deu um novo nome, uma nova família e uma nova herança.

Oração
Senhor Deus, obrigado por Tua fidelidade em cada detalhe da nossa vida. Assim como conduziste a história de Rute, conduz também a nossa, mesmo quando não entendemos o que estás fazendo. Obrigado porque Jesus é o nosso Redentor fiel, que nos resgatou com amor e nos fez parte da Tua família eterna. Que vivamos com confiança, humildade e gratidão, sabendo que o Senhor está escrevendo uma história maior por meio de nós. Em nome de Jesus, amém.

Pr Marcello Amorim

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